O verão passou e com ele o carnaval também. A Copa do mundo que não iria acontecer, aconteceu. Aprendemos muito com tudo isso e veio o momento mais importante de 2014: as eleições.
Já que o ano está começando hoje, acho válido fazer algumas considerações.
As respostas que as urnas deram reelegendo a Presidente Dilma, nos mostra não um Brasil dividido mas, a meu ver, um país que ao longo dos anos se habituou em perpetuar as capitanias hereditárias definidas ainda no período colonial. Penso que Dilma ser eleita pelos estados do norte e nordeste e por Minas e Rio, mostra uma outra realidade que vai além de distribuição de bolsas famílias e dos programas sociais. Mostra uma parte do Brasil que até então sempre foi renegada por nós que moramos no sudeste e no sul de onde crescemos ouvindo que no nordeste tem seca, fome e que a população de lá veio para cá na tentativa de uma vida melhor. Porém, esse mesmo nordeste se torna para nós o paraíso quando podemos passar nossas merecidas férias em suas lindas praias de belezas sem fim.
É esse nordeste que nos mostra que chega da exploração que durante anos imperou naquelas terras. É esse nordeste que mais do que nunca quer ser reconhecido como parte do Brasil pelas suas belezas e riquezas e não apenas pelas suas misérias. É preciso pensar que não podemos ser uma grande nação priorizando uma região sem que haja investimento em outras. É preciso crescer como um todo e para isso se faz necessário investimentos em todos os aspectos nas regiões menos favorecidas do Brasil.
A grande lição que as eleições de 2014 nos deixam é que as grandes famílias que comandavam a anos tiveram a oportunidade de fazer muito pelos seus que sempre precisaram. Magalhães na Bahia, Neves em Minas, Sarneys no Maranhão e em tantas outras capitanias. Porém, não fizeram. Por anos a fio, não deram o peixe e não ensinaram a pescar. Então não é de se estranhar que em algum momento as pessoas se cansem de falsas promessas e de mudanças que nunca chegaram. O que vimos nos últimos anos foi uma reparação de toda a exploração e descaso que nós mesmos fizemos as pessoas do Vale do Jequitinhonha em Minas e de outras áreas castigadas, mas nem por isso menos ricas ou com menor potencial. Há sim trabalhadores brasileiros em todos os cantos do país. Há sim homens bravos capazes de lutar por uma vida melhor, mas infelizmente para que isso aconteça é preciso que se tenha o mínimo de condições.
Não queremos coronéis, nem do PT, nem do PSDB ou de qualquer outro partido. Não queremos ditaduras. Queremos pessoas comprometidas com um país que tenha as mesmas condições seja no sul ou no norte. Não há como crescer enquanto nos depararmos com as desigualdades que aí estão. Infelizmente, as urnas deixaram claro que as pessoas não viram na política do PSDB essa proposta de igualdade social. É preciso equiparar condições sociais para aí sim, cada região desenvolver aquilo que tem de melhor. Somos uma grande nação, "Gigantes pela própria Natureza" e não podemos fugir à luta de defender o povo brasileiro, sem distinções.
Precisamos ganhar a luta da desigualdade e para isso devemos nos unir em busca de um objetivo maior que é o país.
Fico triste em ver pessoas postando vídeos dizendo que são ricas e que vão para Miami, simplesmente por que Dilma foi reeleita. Antes de tudo somos brasileiros e estamos buscando acertar. Buscamos uma vida mais justa para todos. Se há ricos, que bom. Porém é preciso lembrar que ainda há pobres e precisamos ajudá-los a ter uma vida mais digna.
Então, não deixemos de ser cidadãos. Não deixemos de fiscalizar, não deixemos de lutar por um Brasil melhor.
Há muito o que ser feito. Então, mãos à obra!